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Março Amarelo: Endometriose

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Endometriose: o que é, sintomas e tratamentos

A endometriose é uma doença enigmática que pode começar ainda no nascimento, mas seus sintomas aparecem apenas quando a mulher começar a menstruar.

É provável que vários genes estejam envolvidos na predisposição para a doença, mas para o seu aparecimento é necessária a presença de inflamação e de produção hormonal.

O que é?

Endometriose é a presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina. Talvez esta seja a doença mais comum entre as mulheres em idade reprodutiva, mas devido a ampla variedade de sintomas, o diagnóstico pode demorar de 8 a 12 anos.

Para entender melhor como se dá endometriose, veja alguns números que apontam como ela atua nas mulheres:
• Entre 2 a 11 % das mulheres portadoras de endometriose são assintomáticas;
• A doença é detectada entre 5 a 50% das mulheres inférteis;
• Entre 5 a 21 % nas mulheres com a doença são hospitalizadas por dor pélvica.

A endometriose pode trazer muito sofrimento á mulher, roubando sua qualidade de vida e, muitas vezes, prejudicando seus relacionamentos social e sexual.

Como se dá o aparecimento da endometriose?

Dentre as várias teorias para explicar o aparecimento da doença, a mais aceita é a do ginecologista americano John Sampson. Segundo ele, implantes de fragmentação menstrual (endométrio) passariam para a cavidade abdominal através das trompas de Falópio até a implantação no peritônio.

Já os médicos Ivo Brosens e Giuseppe Benagiano teorizaram que em muitas meninas recém-nascidas a doença se inicia com o sangramento neonatal por privação hormonal (da mãe), seguindo o mesmo caminho pelas trompas, e que os implantes permaneceriam até a puberdade. De qualquer forma, sem a presença de inflamação não há fixação nem desenvolvimento do tecido fora do útero.

Tratamento

A endometriose trata-se de uma doença exclusiva dos seres humanos e aí reside um problema: não há modelo animal suficientemente adequado para produção de endometriose “artificial”, o que traz dificuldades para estudo da doença e para o desenvolvimento de tratamentos adequados.

O tratamento pode ser clínico apenas ou cirúrgico em algumas situações, mas é inadmissível a ausência do primeiro após a cirurgia, pois essa não é curativa. Em 36 meses, apenas com cirurgia, até 30% das pacientes voltam a ter sintomas. Também não há como tratar de forma satisfatória sem abordar a inflamação, não importando qual o tipo de bloqueio hormonal será utilizado.

Dentre as várias teorias para explicar o aparecimento da doença, a mais aceita é a do ginecologista americano John Sampson. Segundo ele, implantes de fragmentação menstrual (endométrio) passariam para a cavidade abdominal através das trompas de Falópio até a implantação no peritônio.

A inflamação do tecido endometriótico produz a sua própria enzima (aromatase), sendo ela responsável pela transformação de androgênio produzido nas adrenais ou nos ovários em estrogênio. Assim, a endometriose produz o seu próprio estrogênio que alimenta o tecido e a própria inflamação. O ideal é que também se atue sobre os receptores hormonais de estrogênio no tecido endometriótico.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença pode ser feito por ressonância magnética ou por mapeamento ao ultrassom (com preparo intestinal), mas a laparoscopia é o “padrão ouro”.

De qualquer forma, o exame físico minucioso é imprescindível para identificação de eventuais alterações anatômicas, pontos de dor ou aderências.

Tratamento multidisciplinar

A gestão médica é uma peça central no tratamento, que deve ser multidisciplinar, com a participação de nutricionista e, idealmente, de fisioterapeuta e de psicólogo. Eventualmente a presença de um preparador físico também pode ser importante.

Com vimos trata-se de uma doença complexa que pode levar a mulher ao sofrimento crônico, e é nosso dever é ajudá-la a ter de volta a sua a qualidade de vida.